segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vida surreal

A Grande Vontade.
(Ou a dúvida que surge quando o desejo e a vontade se misturam)

O tempo não para,
e para nós dois não há amnésia
ou borracha que apegue essas pegadas
de erros e acertos.

Tomei o meu café amargo
li um livro qualquer
fumei alguns cigarros
ainda assim não escapei de ti

Como posso crer na felicidade
de dormir sem teu cheiro e abraço?
Eis o meu destino errante, confuso e frustrado.

Sou dono da minha vida,
entretanto,
este coração não obedece ao meu querer

Agora a lucidez cai sobre mim
repudio sua presença em nome do que desejo;
viver junto de ti, amar-te do jeito que és
Ah! Grande vontade, saia logo de mim!


Existe uma grande carga de subjetividade nesse poema; Talvez seja por isso que ele a primeira vista seja tão confuso. O desejo está além da razão, uma força inconsciente que guia nossas ações e que geralmente não nos damos conta. A vontade por sua vez, parte de um 'eu quero', por isso a racionalidade apresenta-se na forma de vontade consciente do ser que governa a própria vida, mas que em momentos de melancolia e desespero, passa a crer num destino cruel e irreversível: "Eis o meu destino errante, confuso e frustrado". Na época que eu escrevi esse poema eu amava muito uma moça e desejava viver ao seu lado não dando importando aos defeitos que por ventura ela tivesse ou as dificuldades que a vida poderia nos impor. Porém, a minha vontade era de deixá-la em paz, porque eu sentia que já não estava lhe fazendo tão bem a minha presença; Preferia ve-la em paz e contente do que triste ao meu lado. Dessa forma eu creio que fica mais claro o porquê do subtítulo da poesia: "Ou a dúvida que surge quando o desejo e a vontade se misturam". A lucidez quer denunciar a morte do romantismo, e nesse ponto pode-se analisar a realidade com mais frieza e pessimismo: "eu repudio sua presença em nome do que desejo". O otimista da poesia quer que a vontade (de romper com o relacionamento, esquecer o amor que floresceu...) vá embora e no lugar fique apenas o desejo e a esperança; Valor existencial mais nobre.

Gustav Klimt - Amor (Namorados), óleo osbre tela - 1895

4 comentários:

DIEGO AUGUSTO MÉLO disse...

Felizmente hoje estamos muito bem. Nossa teimosia amorosa continua inabalável e a esperança renova-se a cada dia. Eis o triunfo do romantismo sobre a lucidez; Assim tem que ser.

Te adoro minha querida namorada moreninha =*

Unknown disse...

poxa, gostaria de dizer palavras romanticas tb, mas ando sem sentimentos ultimamente...mas achei muito bonito o que o senhor escreveu, espero que a sua amada goste tb =)
e sobre desejo e vontate...bem, ao meu ver a vontate é um instinto e desejo sempre se mete onde não é chamado, mesmo assim ele(a) é um dos perpétuos mais presentes na vida dos seres humanos...vai entender...
abraço

Ani Cristina Bariquello disse...

"Na época que eu escrevi esse poema eu amava muito uma moça e desejava viver ao seu lado não dando importando aos defeitos que por ventura ela tivesse ou as dificuldades que a vida poderia nos impor."


'o.O, ai Jesus, não me ama mais?

Ahauahauahaua.

:D

Anônimo disse...

Bah,dizer o que..que suas palavras me sirvam como lição ou estimulo..porque a minha vida amorosa anda desse jeito também...