sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Terrorismo Poético (1)

A cobra que não encontra alimento
morre com o próprio veneno.
Nós não seremos ratos
Estamos acima daqueles que fazem sofrer.


O terrorismo poético contemporâneo - também - é uma arma apontada para o próprio ego. O céu tem limite e quebra. É preciso bater a cabeça e depois, sorrir. Procure o livro anarquista do seu escritor favorito e vá até um shopping center. Sente-se na praça de alimentação e leia até sentir sono. Durma ali mesmo. Faça os outros notarem o seu nível de adrenalina por estar no meio de tanta ostentação. Interrompa o seu estudo na biblioteca da universidade e dirija-se ao banheiro mais próximo. Masturbe-se em pé, olhando para a frase escrita na porta "Quer ser alguém na vida ? Estude!". Pratique sua pontaria. Jogue todo seu esperma nessas palavras. Saia do banheiro rindo, mais leve, não lave as mãos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

3/4

Velma na ponte

Ser teu namorado
é diariamente ter a certeza que mesmo nublados,
os dias são sempre dourados,
Maravilhosamente sufocantes como todo verão carioca.


Velma sempre metáfora inconsciente

A minha felicidade
é eterna num - finito - momento contigo
retrato transcendente ao lírico
um beijo hoje, palavra(s) e nada mais...


Will

You always Lynch my life at night
That’s what satisfies your madness.
Under a killing moon, without you,
there’s no reason to continue living-right.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Democracia & Ideologia

" Criticar a democracia não é ser antidemocrata. Essa afirmação é muito importante para nós que sabemos a relevância sóciocultural e política do modelo de governo que possuímos. O extremismo ao lidar com ideologia política nunca deu bons resultados."

Por que nos partidos políticos o debate ideológico está em decadência? Por que esse tipo de debate é visto como um obstáculo. Originalmente, a idéia de partido, refere-se a àqueles que – juntos – tomam posicionamento sobre um tema de relavância social. A primeira impressão filosófica, baseia-se na constatação da incoerência entre discurso e ação dos governantes. Portanto, qualquer debate ideológico fica prejudicado porque se percebe, imediatamente, que a essência do discurso de cada partido foi corrompida em nome de interesses econômicos e pessoais.

Assistimos, diariamente, o espetáculo do anacronismo ideológico na política partidária. Principalmente em nosso país, onde direita e esquerda misturam-se de forma grosseira aos olhos de um povo que não consegue mais julgar quem é melhor numa perspectiva ideológica. É lamentável que atualmente a forma de mensurar o político ideal está em cálculos de quantas obras ao longo do seu governo foram construídas.

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Um partido, para ser eleitoralmente competitivo, deve do ponto de vista pragmático, interessar-se em conquistar o maior número de eleitores. Quanto menos radical é o discurso partidário e, quanto mais os líderes dessas organizações se pouparem em apresentar suas premissas, cheias de máximas esquerdistas revolucionárias, ou, conservadorismo de direitista, o partido terá mais chance de agradar a maior parte do eleitorado, mostrando-se - em tese - preparado para garantir o cumprimento de cada demanda dos seus eleitores.

A oligarquização e o aumento da burocracia são processos necessários para que o partido consiga hierarquizar as suas funções internas. Consequentemente, a ordem estaria assegurada por princípios ditados pela minoria que tem nas mãos o poder de decisão dos caminhos que o partido trilhará.

Embora inevitável, o processo de oligarquização dos partidos não é algo prejudicial à democracia. Compreende-se esse sistema político pela transição das elites dominantes, que são minorias escolhidas por uma maioria (os cidadãos), para governar por um determinado tempo. Respeitada essa mudança estabelecida legalmente e legitimada pelo povo, a democracia formal e seus processos são assegurados.

Não importa se um partido é extremamente autoritário internamente, porque, não necessariamente ele terá as mesmas atitudes quando tiver que lidar com o aparelho estatal. Tendo em vista a conjuntura da política internacional, os pactos firmados entre os países, e a tentativa de aprimorar a nossa recente constituição pós redemocratização de 1988. Os partidos, segundo Maurice Duverger, terão mais êxito se tiverem uma postura centrista.

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Criticar a democracia não é ser antidemocrata. Essa afirmação é muito importante para nós que sabemos a relevância sóciocultural e política do modelo de governo que possuímos. O extremismo ao lidar com ideologia política nunca deu bons resultados. Sangue demais já foi derramado irracionalmente, de forma intolerante e dogmática. Esse é o grande erro dos super-otimistas da democracia, os fanáticos que cultuam incondicionalmente esse sistema politico como se em si fosse a melhor coisa do mundo.

A democracia é uma constante relação de poder, um jogo de interesses, lutas por representatividade e direitos.


Edvard Munch - Karl Johan ao Anoitecer (óleo sobre tela, 1892)