quarta-feira, 2 de julho de 2008

SEVEN (filme)


"Os detetives de polícia Mills (Brad Pitt) e Somerset (Morgan Freeman) seguem as pistas de um serial killer (Kevin Spacey), que mata suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais. O thriller de David Fincher conta também com a participação de Gwyneth Paltrow, no começo de sua carreira, interpretando Tracy, a esposa de Mills.."


Tive inúmeras oportunidades para assistir o filme SEVEN, do diretor David Fincher (Fight Club, Panic Room), mas teimava em adiar, talvez por preconceitos com relação a filmes policiais, receio de um thriller previsível, e por aí vai. Fiquei admirado com esse filme que conta a história de dois policiais "Pink & Cérebro" que tentam obsessivamente encontrar o culpado dos vários "assassinatos" que ocorrem uma semana antes de William Somerset se aposentar. Mills, o policial emocional, impulsivo, e brincalhão, é interpretado por Brad Pitt, que tem bons e mals momentos no filme. Em algumas cenas aquele jeitão bobo e sarcástico de agir e falar lembra bastante o Mickey (Snatch - porcos e diamentes) e Tyler Durden (Fight Club). De qualquer forma, sua atuação nas últimas partes da película nos motiva a admitir que ele, assim como o resto do elenco, fizeram um bom filme. O encerramento não poderia ser melhor, não apenas pela tenção provocada com a possibilidade da execução do serial killer pelas mãos de Mills, que não queria matá-lo para exercer sua autoridade de policial, mas sim como ser humano. Descrente das instituições que protege, ele buscava vingança acreditando estar fazendo a coisa certa, e, assim, dormir em paz, seja na prisão ou em sua própria cama. Interessante mesmo foi o dialogo entre John Doe (Kevin Spacey) e Mills, quando o primeiro respondeu a pergunta: "Porque matou aquelas pessoas inocentes"? John argumenta que nenhuma delas eram ingênuas, nem mesmo Mills era inocente, pois assim como ele, eu, você, todos nós, toleramos todo tipo de violência em nossa sociedade, e aceitamos passivamente. Você pode chamar essa violência de pecado, ou de opressão da classe dominante, mas se esse filme vale a pena ser assistido, a meu ver, é porque ele faz o observador refletir até que ponto nós somos responsáveis pelo mundo que vivemos, de que maneira podemos interferir na realidade objetiva e, se temos o direito de expressar nossa liberdade sabendo que a mesma pode ferir a dignidade alheia e ou quem sabe até mesmo tirar a vida de outro ser. Precisamos de radicalismo(s) e sair por aí matando geral? Não vejo dessa forma, acredito que o diretor também não.


Seven - Os Sete Crimes Capitais (1995)

» Direção: David Fincher
» Roteiro: Andrew Kevin Walker
» Gênero: Policial
» Origem: Estados Unidos
» Duração: 127 minutos
» Tipo: Longa

4 comentários:

Ani Cristina Bariquello disse...

(Eu para meus botões: Sim, acho que ele gostou do filme :D)

Você questiona se é preciso radicalismo?

Realmente não é a medida adequada, mas é estranho como nós - seres humanos - precisamos de situações que realmente chocam para conseguirmos ver a realidade.

As coisas são feias, de modo geral, e insistimos em pintá-las de cor de rosa, é preciso alguém pegar um fragmento da sujeira e esfregar em nossa cara para que cheguemos a conclusão óbvia:

- É, ela existe.

Adorei o texto.

P.s.: Pergunta: Porque todos estão comentando em inglês aqui?

Anônimo disse...

Assisti o filme uns anos depois de ter sido lançado, me lembrava dele ms não ao ponto de lembrar nome dos personagens...
Bem de qualquer forma acho que todos temos essa vontade de matar pessoas nem sempre por questões de justiça, mas por humanidade mesmo quem não ficou indginado com esses casos de crianças atiradas de prédios, de índia deficiente sendo impalada dentro de um hospital e por aí vai, é abusurdo esse mundo essa violência que fingimos não existir só porque não foi na rua da nossa casa que aconteceu...
E sobre a resposta que John da a Mills sobre seus motivos e tal..os argumentos dele são bons mas se levasemos tudo assim não sobraria um vivo na terra. Radicalismo não, talvez mais severidade com as punições..(!?)

Diego Augusto disse...

Maior punição do que esse nosso judiciário que "esquece" de julgar e soltar grande parte dos presos que sobrevivem em cubículos com capacidade de para quarenta pessoas que abiga duzentas ?

É preciso rever seus conceitos de justiça.

Fernanda disse...

outro filme que eu assisti e não me lembro.
Tô começando a achar que o problema REALMENTE é comigo
hehehehehehehe
:)