sexta-feira, 18 de abril de 2008

A compreensão e os próprios grilhões.

"Nós magoamos os outros com nossa própria existência. É desse jeito que vivemos. Precisamos aprender a perdoar. Temos que perceber que a existência deve ser compartilhada. Não estamos aqui só para existir. Mas para encontrar a força para coexistir. Podemos começar de algo minúsculo, Pode até parecer impossível, Mas temos que começar de algum lugar. Esperança, é o nosso legado"

[Casshern]

Depois de re-ler a antologia poética do Mario Quintana e re-ver o filme Casshern do Kazuaki Kiriya eu lembrei das idéias que eu tive quando a muito tempo atrás assisti "A fraternidade é vermelha" que em cada cena o diretor polonês krzysztof kieslowski apresenta as dificuldades de comunicação e compreesão entre as pessoas. Em vários momentos é perceptível que estamos realmente presos em nossos próprios-mundos, em nosso jeito de ser, inflexíveis. Pouco mostramos interesse num esforço para entender as motivações e influências dos atos alheios, buscando assim uma forma de evitar sofrimento pra si e ao próximo.

O que eu noto é que qualquer forma de tentar ser mais flexível em algum assunto é representada como um ataque gravíssimo, uma ofensa, porque - para algumas pessoas - a adaptação simboliza uma perda-radical de identidade. Ora! Mas nós não vivemos sozinhos, pensamos e agimos de forma esteriotipada a todo momento: quando falamos com um senhor idoso não usamos girias semelhantes as que usamos com nossos amigos, tampouco falamos alto e apresadamente. As pessoas são diferentes uma das outras, e cada uma tem um jeito de se expressar e nós não perdemos a nossa sagrada identidade quando agimos com mais tolerância seguindo na estrada da compreensão. Ser do contra, magoar os outros, fazer chorar ao invés de sorrir, isso é fácil, tem aos montes por aí, mas também existem os bondosos-hipócritas, os cristãos-salvacionistas e toda uma gentalha-egoista que usa dos outros para o seu próprio bem-estar. Se Schopenhauer estava certo, como acredito que estava, então eu digo que a compaixão e a vontade-de-amar sejam os valores mais nobres que podemos ter com nossos irmãos.


Trois couleurs: Rouge, Krzysztof Kieslowski - 1994

Nenhum comentário: