quarta-feira, 16 de abril de 2008

A dialética dos meus sonhos.

- I (Em defesa da feiura)

O feio é diferente da bela-contemplação
tristes aqueles que tentam ver:
Beleza na feiura,
como se este fosse o seu propósito!

- II (Da gratidão)

Todo mal não é apenas dor
Existe ironia na maldade
um duplo sentido.
Composto de lágrimas e novas poesias.

- III (Do esquecimento mentiroso)

Entre um cigarro e outro
meus cabelos arrepiados
Cantam:
Esquecemos, é algo que temos de lembrar!

- IV (Da amizade)

Da amizade eu quero tudo!
Quero lágrimas e raiva
tanto quanto um sorriso-salvador
Amigo é um ser-para-guerra
Da amizade eu quero tudo!

Ele tem um sorriso-abraço
que envolve e cativa com segurança
Está presente em minhas explosões interiores.
Sorriso que tenho gosto de abraçar apertado,
sem medo de me decepcionar.

Salvador Dalí - Persistência da Memória, 1931

Um comentário:

Anônimo disse...

Ser poeta

Florbela Espanca


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Na falta de melhores poalavras, deixo alguém melhor dizer por mim.