terça-feira, 15 de abril de 2008

I dont like the drugs but the drugs like me

"You and I are underdosed and we're ready to fall
Raised to be stupid, taught to be nothing at all
I don't like the drugs but the drugs like me
I don't like the drugs, the drugs, the drugs"

Marilyn Manson


Depois que nós três assistimos esse clip do Marilyn Manson, conversamos sobre mídia, informação e os efeitos disso na sociedade:

Diego: Pode-se interpretar o impacto social do fenômeno da TV como um ambiente "onde as pessoas são ensinadas a serem nada" (MANSON, Marilyn), entretanto, essa mídia apresenta várias possibilidades de sonhos, desejos, faz o indivíduo se sentir poderoso, consumidor, cliente, íntimo das ídolos fabricados, em suma, a TV nos mantém informados.

Juliano: Mas é ilusão, porque é alienação. Na verdade é a maneira engenhosa pela qual o neoliberalismo se utiliza das pulsões humanas de uma força subjetiva mas canalizada à imediatidade e à mesquinhez. Criação de necessidades artificiais a partir de uma certa "potencialidade" subjetiva. Trocando em miúdos: manipulação. Veja bem, não estou "entificando" o neoliberalismo, como se fosse algo em si mesmo mas, como um termo formal utilizado para denominar uma rede de relações.

Diego: Outro grande problema da mídia, como estrutura, constitui-se quando ela adquire o poder de autoridade suprema em relação a informação. Consequentemente, dogmatiza a sua crítica como sendo a verdadeira, a única correta. O impacto social dessa postura política é profundamente negativo para o espectador que recebe a informação. Por mais que uma matéria de jornal ou revista seja assinada por um sujeito, a crítica em si é impessoal , generalizadora, portanto, atinge o valor de verdade inquestionável (aos leigos). Contudo, não concordo que a questão é apenas verticalizada. Porque, se fosse, resultaria em um discurso de total manipulação da massa. Até aqui é metade da história, o assunto é complexo, relacional, envolve também o espectador que recebe a informação e que também responsabilidade no processo de análise e reprodução do saber adquirido.

Francisco: O mal não esta apenas na TV. O mal ta no conteúdo que transmite. O que é transmitido na TV cultura também é uma opinião a ser considerada, eles criam uma atmosfera em volta deles como se eles fossem os autores de tudo que falam. A TV não surte nenhum efeito em quem entende como ela funciona ou, que compreende intenção do conteúdo que é apresentado como espetáculo. O problema está na qualidade de recepção da informação por parte dos cidadãos. Como eles aprendem o aprender, o significado existencial, como se relacionam em sociedade, como lidam com a autoridade.

Diego: O sistema - incluindo mídia, cultura, Estado - possui mecanismos de inclusão para a massa aceitar sua doutrina, e aparelhos específicos de repressão àqueles que protestam, que fazem críticas, e lutam para construir alternativas. Contudo, esse mesmo sistema não tem nenhuma arma contra o abandono.

Francisco: Nem precisa ter. Os que buscam algo diferente não possuem poder de influência suficiente. O sistema chega antes, alimentando a fome e o medo da população, dos pais que querem a segurança dos seus filhos e, por segurança, ensinam a respeitar o sistema porque tem receio que as crianças sofram futuramente. Por mais que alguém tente estar à margem do sistema, quem está dentro tende a pensar que os excluidos estão sofrendo, infelizes em sua condição social e política. A grande arma desse monstro é a existência do medo e do símbolo dos abandonados. Os que estão sendo doutrinados precisam de imagens de horror para evitar um devir. Precisam dos mendigos, dos homeless, por fim, dos loucos.

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