sexta-feira, 11 de abril de 2008

engenheiro niilista

66.

engenheiro niilista. - O poeta, esse engenheiro niilista. Deus do seu próprio mundo. Ele cria para si fortalezas contra qualquer forma de tédio, mas basta uma palavra e tudo ao seu redor vira cinzas e horror. Não é simples relacionar-se conosco que temos variações tão bruscas de sentimentos e vontades. Francamente este mundo não tem sentido algum, nós reconhecemos isso e essa é a razão pela qual queremos a todo instante dar significado ao que existe e revelar seus mais obscuros porques. É como olhar fixamente para o sol até descobrir a verdade. Nós amamos a verdade, mesmo que ela cegue nossos olhos úmidos de tanta vida. O poeta é aquele que cultiva seus ídolos com carinho e admiração apenas pelo prazer antropofágico de matá-los um por um para mostrar quem realmente está no comando, o já-pensado ou o seu próprio pensamento. Com espada e escudo em mãos vamos passando pelo meio da infantaria inimiga, desviando de flechas flamejantes, pulando por cima de cabeças sem tronco, gritando palavrões! Lá estão eles, malditos semi-deuses, provem um pouco de vida, oh!

Gustav Klimt - O beijo ~ óleo sobre tela, 1907

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