segunda-feira, 8 de março de 2010

Entre o sim e o não na Filosofia

Na revista CULT de fevereiro, a matéria especial tem como tema a Filosofia & Consolação. Deve ou não a Filosofia debruçar-se na tarefa de proporcionar paz e equilíbrio ao espírito humano? Quem responder que sim, certamente lembrará de Sêneca e Bergson. O primeiro, ensina a arte de superar a perda e a melancolia. O segundo, indica um sentido para nos libertarmos da "ditadura do tempo".

Ao pensarmos em Nietzsche e Platão, a Filosofia terá, dentro de suas críticas, o compromisso com a queda do dogmatismo religioso, por um lado, e de outro, a valorização de uma ética voltada para a transformação social.

Poderíamos considerar o filósofo como andarilho em direção à angústia? O filósofo como entidade disposta ao espanto? Por conseguinte, nesse constante espanto com o mundo, nesse estranhamento dialético, é que se constrói a sua identidade e saber.

Contudo, se sairmos um pouco do campo do Sim & Não, e pesquisarmos qual é a concepção vigente de Filosofia, encontraremos em Gilles Deleuze, o reconhecimento desse saber como arte de criar conceitos. Assim configura-se o nosso paradoxo: Ao criarmos conceitos, exercemos liberdade diante dos discursos estabelecidos, quebramos tudo que cheira mofo e é pesado, porém, segundo o próprio Kierkegaard, é essa realidade da liberdade enquanto possibilidade para a possibilidade, que proporciona a angústia; verdadeira crise existencial.

Hans Bellmer - Die Puppe
(madeira pintada, sapatos e meias, 1934)

2 comentários:

Penelope Junckes disse...

Sou leiga em relação à filosofia. :)
Mas tu escreves bem, consegues envolver o leitor dentro da temática, por mais desconhecida que ela lhe seja (como no meu caso, por exemplo)...

Gosto como tu encerras os teus textos! Tuas palavras sempre me acrescentam tanta coisa! Ou, pelo contrário, às vezes simplesmente desconstróem tudo em mim.

Maria Eduarda disse...

Sou muito angustiada, logo, seria eu filósofa?
Ok, brincadeirinha pra descontrair...

Você escreve muito bem! *-*